uem faz exercício sabe como é bom fumar um antes da prática. Quando a brisa bate, o corpo relaxa, a mente fica mais focada, o tempo passa e o cansaço dá uma aliviada. Foi com a mente longe, enquanto treinavam kung fu, que André Sigwalt e Augusto Soares tiveram pela primeira vez a ideia de fazer um filme que misturasse artes marciais com a maconha.
O que era um sonho maluco dos dois cineastas, amigos de faculdade e profissionais do audiovisual há duas décadas, está se tornando realidade. Depois de oito anos escrevendo, produzindo, gravando e finalizando The Smoke Master, o filme está pronto para ser lançado, mas falta dinheiro. Augusto e André pagaram o filme do próprio bolso, não contaram com incentivos fiscais, financiamento público, investimento de produtoras ou de patrocinadores da iniciativa privada. Fizeram cinema da melhor qualidade na raça, falado em português, mandarim e inglês, com boas atuações, um roteiro sólido e engraçado, além de cenas de ação impecavelmente coreografadas.
“É ao mesmo tempo uma brincadeira com filmes de kung fu e com filmes stoner, tentando juntar esses dois nichos para romper as bolhas, se tornar um filme para a família maconheira dos anos 2000”, explica Soares. “É um filme para a Sessão da Tarde da família canábica, que tem uma pegada comercial, tem a maconha, mas não é panfletário.”