s povos indígenas sempre lutaram por seus territórios no Brasil, mesmo que a violência e a opressão do não-indígena tenham se destacado nesses últimos 522 anos. Mas a grande surpresa é que a maior arma de luta desse grupo hoje não se resume a arcos, flechas, tacapes ou qualquer tipo de artefato que ronda o inconsciente coletivo. Todas as armas usadas por esses povos se tornaram secundárias diante do arsenal de informação criado nas redes sociais por quem vive na pele esse cenário de genocídio.
Quem deu essa letra foi a líder indígena Sônia Guajajara em entrevista à Elástica. A também pré-candidata ao cargo de deputada federal por São Paulo foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time no mês de maio. E todo esse movimento está a serviço de pautas que se tornaram intrínsecas: as dos direitos dos povos da floresta e a do meio ambiente.
Sônia conta que as demandas do movimento indígena não engrenavam na grande imprensa porque a mídia tradicional não se mostrava interessada em falar das corriqueiras violações sofridas por essas pessoas. Foi então que o fenômeno das redes sociais passou a colaborar expressivamente com a repercussão das necessidades desse grupo: “Nas redes sociais, temos a liberdade de mostrar o que realmente precisamos e que a imprensa tradicional não compreende como necessidade. Foi assim que ganhamos também a atenção de outras pessoas, mesmo que num primeiro momento fosse só por curiosidade”, diz.
“Nas redes sociais, temos a liberdade de mostrar o que realmente precisamos e que a imprensa tradicional não compreende como necessidade. E foi assim que ganhamos também a atenção de outras pessoas, mesmo que num primeiro momento fosse só por curiosidade”
Hoje, é comum encontrar indígenas nas redes sociais com milhares de seguidores no Instagram. Sônia, por exemplo, tem mais de meio milhão de seguidores, mas há também outros parentes [como os indígenas se chamam] tão ou mais populares que Guajajara, que levam informação de diversas maneiras para o público em geral que incluem denúncias de violação de direitos humanos até dancinhas de TikTok. Tudo está valendo quando o assunto é sobrevivência a partir da desmistificação dessas culturas e da busca por respeito.
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