Assistentes de palco com poucas roupas, geralmente inferiorizadas por serem “apenas um rostinho bonito”. Propagandas mostrando mulheres extremamente estereotipadas, colocadas em situações até mesmo degradantes, para vender produtos e estilos de vida como “desejo”. A moça contratada apenas pela sua beleza em bares, dispensários ou clubes canábicos, e tratada sem o mínimo de respeito.
Acreditamos que toda mulher já vivenciou ou viu algo assim. E esses são exemplos claros da objetificação feminina e de como mesmo o mercado canábico ainda se faz valer dos nossos corpos. Esse tipo de situação nos enoja e faz pensar: como podemos nos posicionar contra isso? Na verdade, nós nascemos buscando ser a própria resistência nesse meio tão masculinizado. O Girls in Green veio para quebrar esse paradigma de que “para saber sobre maconha e haxixe, só sendo homem”, e para mostrar que nós, mulheres canábicas, também podemos empoderar umas às outras através de informação e conhecimento.
O haxixe se tornou o novo ouro da indústria canábica californiana – as vendas de concentrados de maconha dispararam mais de 40% no ano passado à medida que os consumidores se sentem mais confortáveis com o modo de consumo, e as novas tecnologias tornam os produtos mais fáceis de usar
Em um curso do Frenchy Cannoli, produtor de haxixe lendário, cuja morte recente abalou o universo canábico norte-americano, uma das nossas integrantes, a Alice, foi a única mulher entre 42 alunos. Não achamos essa situação normal – é, no mínimo, intimidador tirar suas dúvidas e se sentir julgada por mais de quarenta homens. Em campeonatos de haxixe como a Ego Clash, na Califórnia, também não se vê nenhuma mulher sentada na mesa do júri.