Frequentadores das raves paulistanas provavelmente vão concordar com essa afirmação: ver Loïc Koutana performar em cima de um palco é uma experiência. Os movimentos, a dança que parece ser o casamento perfeito com o som, seja ele experimental, techno, funk ou qualquer outro. Agora, além de vê-lo entregar tudo que não sabíamos que precisávamos em cima de um palco, também poderemos vê-lo cantar. É que, ainda em 2021, Loïc lançará Ser, seu primeiro álbum sob a alcunha L’Homme Statue, duo que ele forma com o amigo e ex-companheiro de Teto Preto Zopelar.

“Foi um processo maravilhoso poder traduzir essas canções no universo da produção. Acho que esse mix de referências traz um ar contemporâneo para o álbum, mas o resultado nada mais é que um reflexo da nossa união de forma espontânea. Pensamos em fazer com que cada música tivesse sua própria cara e não em compor algo dentro de um estilo ou para um tipo de público específico! Ser vem do processo de autoconhecimento e da aceitação de que somos todos seres humanos complexos e que nossa arte é um reflexo da nossa imaginação antes de qualquer definição de gêneros musicais ou qualquer outros tipos de pretensões”, explica Zopelar.
O processo de criação orgânico tem a ver, inclusive, com a união da dupla. “Um dia, no camarim, durante uma turnê do Teto Preto, comecei a cantar achando que eu estava sozinho e o Zopelar ouviu. Ele me perguntou se eu cantava, e eu disse que não, que estava só passando o tempo. Ele me corrigiu e disse ‘não estou perguntando, estou te contando que você canta'”, Loïc lembra, rindo. E já que ele está acostumado a ser pego no pulo, o convidamos para participar da nossa Cama Elástica, uma série de perguntas às vezes divertidas, às vezes sentimentais, que resgatam parte do passado de cada entrevistado e, ao mesmo tempo, o faz pensar no que vem por aí. Preparades?
