Bruna Linzmeyer acredita que precisamos mudar a perspectiva de histórias LGBTQIA+. Conversamos com ela também sobre "Pantanal" e a importância do voto
por Beatriz LourençoAtualizado em 1 jun 2022, 19h07 - Publicado em
1 jun 2022
01h28
atriz Bruna Linzmeyer é uma artista completa: já trabalhou em filmes, videoclipes, teatro e chegou às prestigiadas novelas de horário nobre. Em 12 anos de carreira, seu currículo conta com 10 produções televisivas e 15 personagens no cinema, além de inúmeras indicações a prêmios. Em março deste ano, ela deu vida a Madeleine, protagonista da primeira fase da novela Pantanal.
Aos 29 anos e vivendo seu retorno de Saturno com muito sucesso, é possível dizer que Bruna se tornou uma das principais vozes de seu tempo. Isso porque foi uma das primeiras atrizes de sua geração a falar abertamente sobre sua identidade queer, a lutar pelos direitos LGBTQIA+ e a assumir o feminismo como parte importante de sua vida. “Me abrir para uma perspectiva feminista sobre o mundo e sobre mim mesma fez com que eu só me sentisse mais confortável”, afirma à Elástica.
Em 2015, a atriz teve sua privacidade violada quando seu relacionamento foi exposto por um jornal. E, mesmo sem um pronunciamento, a mídia assumiu sua bissexualidade. “Naquela época, nenhuma dessas nomenclaturas fazia sentido para mim – eu nem pensava sobre isso, só estava ali namorando a Kity”, conta. “Quando saiu no jornal, me colocaram como bi. Senti que tinham me posto nesse lugar porque eu já namorei homens, mas esquecemos que existe uma heterossexualidade compulsória que faz com que muitas mulheres se casem e tenham filhos só porque esse era o caminho que elas tinham que seguir. Aí pensei que, se sou alguma coisa, me identifico como sapatão.”
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“Senti que tinham me posto nesse lugar [de bissexual] porque eu já namorei homens, mas esquecemos que existe uma heterossexualidade compulsória que faz com que muitas mulheres se casem e tenham filhos só porque esse era o caminho que elas tinham que seguir. Aí pensei: se sou alguma coisa, me identifico como sapatão”
Quando perguntada se já teve medo de perder algum trabalho por conta da sexualidade, Bruna chamou a atenção para uma narrativa recorrente dos editoriais dos veículos de imprensa sobre pessoas queer. “Por que o medo interessa tanto? E se a gente falar de coragem, de vontade e de desejo? Sempre que as mães lêem sobre isso, me dizem que têm medo porque seus filhos vão sofrer. Eu sofria quando não sabia que era sapatão”, reflete. “Dói, sim, como tudo na vida. Mas a gente acaba construindo muito em cima disso e pouco fala sobre o amor, a farra e a diversão.”
Além da necessidade dessa mudança de perspectiva, ela acredita que é preciso ver as pessoas LGBTQIA+ para além das pautas de ativismo e diversidade, já que essa é uma forma de valorizar o trabalho e a trajetória de cada um. “Tenho muito orgulho de ser sapatão e gosto muito das vivências, das histórias reais, das histórias de ficção… Mas isso é apenas um âmbito de estudo da minha vida, tem muitas outras partes que acabam ficando em segundo plano quando falam de mim”, diz.
E Bruna tem muitos projetos em andamento: como roteirista, escreveu, em parceria com a namorada Marta Supernova, o curta em animação Tomate-Canoa, que está em fase de captação pela Tesoura Filmes. Rodado recentemente no Mato Grosso do Sul, ela compõe o elenco do longa Cidade; Campo, de Juliana Rojas, com estreia prevista para 2023. Também estrelou curta-metragem Uma Paciência Selvagem Me Trouxe Até Aqui, da carioca Érica Sarmet, que segue em festivais nacionais e internacionais e já recebeu uma premiação especial do júri pelo elenco em Sundance. Abaixo, nossa entrevista completa com a artista:
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“Tenho muito orgulho de ser sapatão e gosto muito das vivências, das histórias reais, das de ficção… Mas isso é apenas um âmbito de estudo da minha vida. Tem muitas outras partes que acabam ficando em segundo plano quando falam de mim”
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Você acabou de participar da novela Pantanal. A Madeleine é uma mulher forte que deixa todos os seus privilégios de lado para seguir o amor. Quais foram os melhores momentos e os mais difíceis de fazer essa personagem? Fui muito feliz fazendo ela. O fato de ter atravessado uma pandemia e ter ficado dois anos fora de um set de filmagem fez com que eu precisasse ter uma personagem perto de mim e ficasse sedenta por esse trabalho – e ele era desafiador. Quando o Rogério Gomes, diretor da novela, me chamou, disse que sabia que eu faria algo além do que estava no papel no sentido de conseguir mostrar as camadas não visíveis do texto.
Quando olhamos para a Madeleine, a primeira coisa que vemos nela é que ela é uma patricinha mimada que quer as coisas do seu jeito. Mas ela é mais do que isso. Então, foi muito desafiador e prazeroso trazer à superfície camadas mais profundas. Esses foram os momentos mais legais e, ao mesmo tempo, desafiadores. Acho que foi por isso que ela teve uma repercussão tão legal! Ao mesmo tempo em que a gente queria defender, também tinha vontade de dizer que ela estava equivocada – e isso é uma preciosidade de personagem. Estou num momento da vida em que consegui ser muito generosa com ela no sentido de não julgar suas decisões e nem a travessia que ela teve que passar.
Quando Madeleine passa a viver com José Leôncio, se dá conta do machismo dele – um homem que não está presente nem no nascimento do filho. Você consegue traçar um paralelo da novela com o que as mulheres enfrentam hoje? Essa situação da novela é algo muito comum e real na vida das mulheres. A solidão que muitas enfrentam quando se casam, quando atravessam a gravidez e passam pela maternidade faz parte da Madeleine. O machismo estrutural do José Leôncio, das pessoas a sua volta e dela própria reiteram essa emboscada em que ela foi parar. Ela não tem uma autoestima bem construída pela família e por vivência para entender até onde vai seu limite. E essa é uma realidade comum no mundo todo.
Durante o processo da novela, compartilhei no meu Instagram o “Madeleine Reality”, em que postava vídeos mostrando como estava construindo a personagem. Em um deles, perguntei às pessoas quantas Madeleines elas conheciam – nos comentários, no inbox e na rua, aquilo reverberou porque muita gente veio me contar que já foi, ainda é ou conhece Madeleines. Isso me traz notícias do quão real é a solidão que uma mulher enfrenta por conta de uma estrutura em volta dela. Acho que reconhecer o que está acontecendo é uma das maiores dificuldades. Eu também senti isso quando sofri abuso psicológico – passei muitos anos sem perceber que aquilo estava acontecendo.
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Logo depois das gravações você apareceu nas redes com o cabelo raspado. Além disso, já refletiu nas redes sobre a escolha e a potência que é não se depilar. Como você lida com as pressões estéticas impostas pelo público e pela própria mídia? Essas decisões te aproximaram do feminismo? Às vezes, estou muito confortável com meu cabelo curto, outras com um cabelo loiro comprido e liso. Às vezes, estou muito confortável de estar com um vestido e salto alto e, outras, de estar de pijama e boné andando na rua. Me abrir para uma perspectiva feminista sobre o mundo e sobre mim mesma fez com que eu só me sentisse mais confortável – isso não quer dizer que meu estilo mudou, só que estou mais tranquila com a minha aparência. Uma das coisas que adoro enquanto atriz é que meu corpo é visualmente meu instrumento de trabalho, é a forma como me comunico com as pessoas. Sempre gostei de mudar através de uma personagem – a cor do olho, o cabelo, vestimenta, tom de voz… Por que não brincar um pouco com isso na vida também?
Esses dias, fui resolver o meu visto americano e o ambiente lá é super tenso, não pode entrar com celular nem mochila e tem vários seguranças. No final, quando estava saindo, um deles, que era um cara durão, virou para mim e disse que gostou do meu cabelo. O quão legal é isso?! Gosto de experimentar como é estar no mundo com outras aparências. Me interessa se alguém fica incomodado de olhar para mim quando estou com o braço levantado e tem pelo na minha axila – tento analisar o porquê do incômodo. Tudo vira objeto de estudo e, posteriormente, de construção de personagem.
“Me interessa se alguém fica incomodado de olhar para mim quando estou com o braço levantado e tem pelo na minha axila – tento analisar o porquê do incômodo. Tudo vira objeto de estudo e, posteriormente, de construção de personagem”
Em 2015, você teve seu relacionamento exposto por um jornal. Em 2018, você se assumiu bissexual publicamente. Na sequência, falou publicamente também sobre ser lésbica. Como foi esse momento e o que te deu a coragem de lutar pelos direitos LGBTQIA+? Quando me apaixonei, sentir tesão e amor por uma mulher foi muito fluido. Não tive medo ou me perguntei sobre isso. Assim como foi com os homens, foi com as mulheres. Naquela época, nenhuma dessas nomenclaturas fazia sentido para mim – nem pensava sobre isso, só estava ali namorando a Kity. Quando saiu no jornal, me colocaram como bissexual. Eu não tinha falado sobre isso, na verdade não tinha nem me pronunciado. Senti que tinham me colocado nesse lugar porque eu já namorei homens, mas a gente esquece que existe uma heterossexualidade compulsória que também faz com que muitas mulheres se casem e tenham filhos só porque esse era o caminho que elas tinham que seguir. Aí pensei: se sou alguma coisa, me identifico mais como sapatão. O mundo cultural sapatão fez sentido para mim. A identificação não tem só a ver com amor, sexo ou com quem você se relaciona, mas com pertencimento de grupo e memórias adolescentes que fazem sentido.
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As últimas duas pessoas que eu namorei não se identificam nem como mulher e nem como homem. Uma delas se entende como uma pessoa não binárie e a outra não se dá nenhuma nomenclatura. Aí eu penso: será que ainda sou sapatão sendo que me relacionei com essas pessoas? Não sei a resposta. Há muita gente olhando para a palavra sapatão não só como uma orientação sexual, mas como uma identidade de gênero. Eu ainda me sinto uma mulher cis, sapatão também. Como vai ser daqui 50 anos? Quais nomes a gente vai usar? Como vamos olhar culturalmente para essas histórias? Desde que comecei a ficar com mulheres, elas me interessam muito mais ainda que haja uma fluidez nesse processo.
Como o filme Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, de Érica Sarmet, se relaciona com a sua vida? Esse é um curta que fala sobre quatro mulheres jovens que formam um quadrisal e elas têm uma relação aberta e múltipla, até que se interessam por uma mulher mais velha – interpretada pela Zélia Duncan. A gente tem esse encontro romântico e sexual e também de gerações diferentes. Quando vejo a repercussão desse filme no mundo, me identifico. Eu pertenço a esse lugar. E isso não tem nada a ver com o encontro romântico e sexual porque elas são minhas amigues. Para mim, a identificação sapatão é histórico-cultural, não tem a ver só com amor romântico. Isso é confuso no mundo de hoje porque estamos num momento em que as coisas são muito fechadas e são uma coisa só. Nesse sentido, estou mais interessada em fluir, em não saber, em me questionar e me divertir com o que estou vivendo. Ainda assim, sei que as nomenclaturas são importantes para que a gente conquiste direitos históricos, políticos e jurídicos.
“Há muita gente olhando para a palavra sapatão não só como uma orientação sexual, mas como uma identidade de gênero. Eu ainda me sinto uma mulher cis, sapatão também. Como vai ser daqui 50 anos? Quais nomes a gente vai usar? Como vamos olhar culturalmente para essas histórias?”
Com tudo isso que você comentou, sinto que você tem saído das armadilhas da normatividade. O quão importante é isso para você? É importante porque é prazeroso. Me interessa um deslocamento do olhar, das produções cinematográficas, do jeito de viver o mundo. E dentro do que é possível, já que vivemos dentro dessa normatividade. Digo no sentido de que a gente precisa categorizar as coisas, mas gosto mais dos desvios.
Eu nasci no meio do mato e as sensações e as histórias que vivi enquanto criança são imagens que me contemplam. Por exemplo: quando eu, minhas primas e minha Oma, que é avó em Alemão, íamos na padaria, a gente não ia pela rua. Tinha uma hora que entrávamos no meio do mato, atravessávamos um ribeirãozinho e chegávamos lá. Esse desvio era muito mais interessante e fazia muito mais sentido para mim. Hoje, isso se tornou uma metáfora de como eu gosto de lidar com as coisas. Ir pela rua principal é ótimo porque você sabe o caminho, mas é mais divertido sair do convencional.
Ainda falando sobre relacionamentos, você já comentou que viveu relações não monogâmicas. Existem regras numa relação aberta? Depende de cada pessoa e relação. Podem haver regras, podem não haver. Eu fiz regras e quebrei todas. Acho que o que é mais importante e mais difícil, independentemente dos acordos que você tem, é estar atento ao que está acontecendo naquele momento e pensar o que é preciso enquanto casal e o que enquanto pessoa para além de um casal. Agora estou nesse momento de acolher que as coisas não são uma coisa só, que não são uma coisa só para sempre, que às vezes são paradoxais e se sobrepõem, que elas mudam… E está tudo bem.
Você se tornou uma espécie de ícone lésbico e até participou do clipe “Tão Sapa Tão”, que fala sobre o amor entre mulheres. Você acha que precisamos de mais representatividade de mulheres lésbicas na mídia? Também fiz o clipe “Ninguém perguntou por você”, da Letrux, que é uma história sapatão. Acho que temos melhorado um pouco. Quando falei sobre isso, em 2015, era um grande terror – do tipo “o que vai acontecer com você se você falar?”. De sete anos para cá, isso mudou muito e vejo mais pessoas LGBTQIA+ assumidas na publicidade e na televisão. Porém, quando falamos de personagens de ficção ou documentário, aí sim temos uma lacuna e esse buraco não é só cultural, mas mercadológico.
Os criadores têm medo da falta de audiência e de que as pessoas não vão gostar das histórias. Isso é uma bobagem, pois a comunidade queer é muito fiel e sedenta por esse conteúdo. Quando falamos de narrativas, muitas são super específicas, como Pantanal, que fala sobre um único bioma – mas ainda assim a gente projeta nossas vidas ali. Além disso, um público não LGBTQIA+ pode, sim, se identificar. Vemos isso na série Heartstopper, que tem feito sucesso. Uma história de amor, independente do gênero, é universal. No momento em que quem produz conteúdo entender isso, teremos mais diversidade nas telas.
“Uma história de amor, independente do gênero, é universal. No momento em que quem produz conteúdo entender isso, teremos mais diversidade nas telas”
Você já teve medo de perder algum papel ou oportunidade por conta da sua sexualidade? Essa é uma pergunta que sempre me fazem e eu respondo, mas quando vejo a chamada da matéria é sempre sobre isso. Por que o medo interessa tanto? E se a gente falar de coragem, de vontade e de desejo? Essa é uma narrativa muito comum no ambiente queer e LGBTQIA+ e sempre que as mães lêem isso, me dizem que têm medo porque seus filhos vão sofrer. Eu sofria quando não sabia que era sapatão. Dói, sim, como tudo na vida. Mas a gente acaba construindo muito em cima disso e pouco fala sobre o amor, a farra e a diversão.
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Tenho muito orgulho de ser sapatão e gosto muito das vivências queer, das histórias reais, das histórias de ficção… Mas isso é apenas um âmbito de estudo da minha vida, tem muitas outras partes que acabam ficando em segundo plano quando falam sobre mim.
Você sempre se posiciona politicamente. Quão importante é isso para você e como você percebe o cenário eleitoral deste ano? É importante que eu me posicione porque me sinto uma cidadã e, enquanto uma trabalhadora do audiovisual, preciso fazer isso, senão não teremos mais filmes sendo produzidos – e é o que tem acontecido. A pandemia só agravou uma situação complicada, mas a paralisação da Ancine, a falta de editais e a tentativa de acabar com o Fundo Setorial fazem com que não exista cinema. Quando penso em um país que vende sua cultura, vejo que ele vende muitas outras coisas. Sabemos como é Nova Iorque antes de viajar para lá porque os filmes dos Estados Unidos chegam até aqui. As novelas coreanas também têm aparecido mais nas plataformas de streaming, a música K-pop tem feito sucesso e os restaurantes coreanos estão abrindo pela cidade, o que faz com que a população sinta vontade de viajar e consumir. A cultura gera um ciclo de trabalho e desenvolvimento a curto e a longo prazo. A partir dela, também registramos o que as pessoas têm feito e pensado no mundo hoje para que gerações futuras tenham acesso.
Quando analisamos economicamente, vemos que esse estresse com o preço das coisas acaba roubando nossa saúde e possibilidade de vida. Além disso, a quantidade de pessoas que moram na rua aumentou nos últimos anos. Vivemos um momento muito crítico do mundo e não é só por causa da guerra na Ucrânia nem só por conta da pandemia. É importante que a gente pense, estude e pesquise o que significam essas eleições não só para presidente, mas para governadores, deputados e senado também.
Você comentou que Pantanal mexeu com a sua espiritualidade. Qual é a sua relação com a fé? Venho de uma família com muita espiritualidade e de muitos tipos. Minha tataravó e minha bisavó eram parteiras, curandeiras e benzedeiras. Minha tia e minha mãe trabalham com isso hoje em dia. No caso da minha mãe, ela vai em um centro espírita mas já frequentou a igreja católica. Não sou de uma religião específica, mas frequento algumas diferentes e tenho simpatia pelo que ela significa na vida das pessoas, já que essa é uma maneira de darmos sentido a algumas coisas, construirmos um bom senso de comunidade e nos identificarmos com pessoas diferentes.
Minha espiritualidade é muito alimentada pela minha família, porque todo mundo trabalha com ervas, rituais, benzimento. São conhecimentos que investigo e carrego para mim. Construímos uma relação menos hierárquica com a natureza quando percebemos o poder que as ervas e os óleos essenciais têm sobre a gente. Quando a religião é potente, poderosa e honesta, é muito significativa.
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Quais são seus próximos projetos? O que podemos esperar de ainda neste ano? Tem muitas coisas acontecendo e algumas não posso contar ainda. Elas têm um ritmo um pouco lento por conta de toda essa situação que vivemos com a Ancine. Após Pantanal rodei um longa que se chama Cidade; Campo, da diretora Juliana Rojas, que deve ser lançado no ano que vem. Sigo em festivais com os filmes Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui, que já ganhou alguns prêmios, e Medusa, um filme em que faço participação. Além disso, tenho escrito alguns projetos de audiovisual, performance e planejando filmar mais longas ainda este ano.