
interesse pela bike no Brasil vem aumentando expressivamente, seja para prática esportiva, de lazer ou como forma de evitar a aglomeração no transporte público durante a pandemia. De acordo com o levantamento realizado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), a venda de bicicletas aumentou 93% entre maio e agosto de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019. Entre os modelos mais procurados (cerca de 90%) estão as chamadas bikes de entrada, que são usadas para o transporte no dia a dia e possuem um preço mais acessível.
As mulheres também estão pedalando mais, ainda que seja um desafio maior para elas enfrentar o trânsito, principalmente nos grandes centros urbanos. “O interesse pela bike já vinha aumentando e a pandemia deixou isso mais claro. Algumas pessoas se viram sem meios de lazer, sem poder ir à academia, outras ficaram isoladas. A bike se mostrou uma boa alternativa”, diz Talita Noguchi, proprietária da Las Magrelas, bike shop e bicicletaria paulistana. “Na pandemia, aumentou bastante o número de meninas da população periférica pedalando. Não tenho dados, mas dá para observar que elas estão buscando a bicicleta para gerar renda, vender produtos, fazer corre de entrega e economizar com ônibus”, concorda Lívia Suarez, co-fundadora da BiciPr3ta, loja e oficina de bikes de Salvador, na Bahia.
“O interesse pela bike já vinha aumentando e a pandemia deixou isso mais claro. Algumas pessoas se viram sem meios de lazer, sem poder ir à academia, outras ficaram isoladas. A bike se mostrou uma boa alternativa”
Talita Noguchi
Além de pedalarem juntas em diversos grupos e coletivos espalhados pelo país, mulheres também marcam presença no mercado de bikes, à frente de bicicletarias e na produção de acessórios e modelos alternativos. Batemos um papo com seis mulheres que, com seus negócios, incentivam a inserção feminina e LGBTQIA+ no mundo da bike.